sábado, 9 de maio de 2009

A musa e a outra

Felicidade é coisa efêmera, que quase nunca notamos presente, mas da qual sentimos falta quando se vai, e arrependemo-nos por dela não termos desfrutar o suficiente. Mas diga-me, quanto dela é o suficiente? Não se tem a medida certa, e é impossível de se saber. Talvez nunca seja o suficiente, talvez em alguma hora seja. Ninguém pode dizer, mesmo que passe a vida pensando nisso.
E a tristeza. Essa, que nós – homens- distorcemos, degradamos e difamamos, da qual sempre fugimos, também tem lá sua beleza, mas é tão oposta da felicidade quanto se pode notar.
Quando aparece logo é notada, mesmo o mínimo dela já nos parecesse mais que o suficiente e nunca desejamos que voltasse – às vezes sim, mas não a plenos pulmões – nem por um misero segundo.
Mas por mais que a reneguemos usufruímos o Maximo dela. É dela que vêm as mais belas e famosas obras, pois nela há profundidade o suficiente para isso. Ela é musa, inspiradora dos maiores músicos, escritores, pintores. Artistas!
E a felicidade? Ela fica num canto, esquecida, esperando uma brecha para aparecer. Desejando ser pintada, querendo ser musa também.
Mas transformar a felicidade em arte não tem graça, não é chamativo. A felicidade serva apenas para passar despercebida e para depois sentirmos falta dela – ou não.

Luisa freire

Um comentário:

  1. Um dizer antigo (não me recordo quem) dizia que um poeta precisa de dor para fazer uma obra-prima. Incrivel o post acima explica esta idéia.

    adorei!

    Blog Suicide Virgin

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