segunda-feira, 25 de maio de 2009

O achar e o roubar

Era uma vez... Uma vez... Uma criança que achara cinco moedas de ouro no chão. Com a primeira comprou comida, com a segunda comprou novos sapatos, com a terceira comprou doces, com a quarta comprou um estilingue e com a quinta comprou roupas.
Era uma vez... Uma segunda vez... Uma criança que roubou cem reais de um executivo, com os primeiro vinte comprou um tênis de camelô, com mais vinte ele comprou arroz – tal qual, de punhado em punhado, racionaria para o resto do ano -, com outros vinte comprou uma faca e com o que sobrou comprou crack.

Diogo de Castro

sábado, 9 de maio de 2009

A musa e a outra

Felicidade é coisa efêmera, que quase nunca notamos presente, mas da qual sentimos falta quando se vai, e arrependemo-nos por dela não termos desfrutar o suficiente. Mas diga-me, quanto dela é o suficiente? Não se tem a medida certa, e é impossível de se saber. Talvez nunca seja o suficiente, talvez em alguma hora seja. Ninguém pode dizer, mesmo que passe a vida pensando nisso.
E a tristeza. Essa, que nós – homens- distorcemos, degradamos e difamamos, da qual sempre fugimos, também tem lá sua beleza, mas é tão oposta da felicidade quanto se pode notar.
Quando aparece logo é notada, mesmo o mínimo dela já nos parecesse mais que o suficiente e nunca desejamos que voltasse – às vezes sim, mas não a plenos pulmões – nem por um misero segundo.
Mas por mais que a reneguemos usufruímos o Maximo dela. É dela que vêm as mais belas e famosas obras, pois nela há profundidade o suficiente para isso. Ela é musa, inspiradora dos maiores músicos, escritores, pintores. Artistas!
E a felicidade? Ela fica num canto, esquecida, esperando uma brecha para aparecer. Desejando ser pintada, querendo ser musa também.
Mas transformar a felicidade em arte não tem graça, não é chamativo. A felicidade serva apenas para passar despercebida e para depois sentirmos falta dela – ou não.

Luisa freire

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O contador de histórias

Uma caneta. Uma voz, uma história. Esse era seu lema.
Dizia ele que enquanto não perdesse suas mãos, sua voz e sua face, não pararia de entoar suas histórias sobre dragões, donzelas e príncipes
AH! Como era bom ouvir aquelas histórias que sempre me fascinaram quando menino costumava gargalhar com a hilariante história “A roupa do Rei” e ficava com os olhos marejados ao ouvir “A menina dos fósforos”. Eu não sabia ao certo como ele conhecia todas aquelas histórias, apenas desejava ser igual á ele.
Hoje sou um homem de meia idade, preso em uma “selva de concreto” escrevendo minhas histórias em um caderno pensando no quanto eu era feliz.

Diogo de castro